domingo, 30 de novembro de 2008

Erva daninha


Algumas coisas têm acontecido comigo, boas e ruins... as que são boas são realmente boas e as que são ruins são realmente ruins, então a vida fica num verdadeiro impasse.
O que acontece comigo (e com as pessoas no mundo, que saem nas manchetes todos os dias) são coisas realmente lastimáveis, tão horrendas que jamais nos imaginamos em determinadas circunstâncias, pois no fundo sempre achamos que somos imbatíveis e que nada do que vemos, lemos, ouvimos ou pensamos...possa, de fato, acontecer conosco. Mas as coisas não são bem assim...
É fácil agir insanamente e culpar alguém por isso...
"Eu matei porque ele me traiu, ele morreu porque era um depravado!"
"Eu bebo cachaça todos os dias porque eu amo quem não me ama..."
"Eu joguei meu filho da janela do 10º andar porque toda vez que olhava pra carinha dele via meu ex..."
"Eu tentei me matar porque levei um pé na bunda"

Assim é fácil, né?
Mas vejamos por outro ângulo:

"Eu matei porque eu quis matar, eu senti tanto ódio por ter sido trocada! Porque no fundo eu sempre fui incapaz de fazê-lo feliz e ele foi suprir a minha incapacidade com outra pessoa, sim, a culpa é minha!"
"Eu bebo cachaça porque sou um idiota, não valorizo a minha vida e não tenho auto estima alguma."
"Eu joguei meu filho da janela porque eu devo ter um parafuso a menos..."
"Eu tentei me matar só pra chamar atenção, afinal, quem quer realmente morrer não tenta, simplesmente morre."

Diferente, não?
É fácil colocar a culpa nos outros, chamar as pessoas de destruidoras quando na verdade, as coisas acontecem porque deixamos que elas aconteçam.
Não existe o "fiz por amor, fiz porque fui traído, fiz porque estava bêbado e drogado, fiz porque um encosto se apoderou do meu corpo". Tudo mentira. Fez porque quis, fez porque deu na telha, fez porque não é feliz e não quer que ninguém seja, fez porque é um miserável, fez porque queria atenção para si, fez e ponto.

Isso tem me feito pensar até que ponto o "amor" é realmente Amor?
A partir de qual momento devemos deixar de sentir pena?
A partir de qual atitude a pessoa classifica-se como doente...?

Tantas questões sobre um sentimento que deveria ser o mais puro, leal e brando. É triste que os que gostam loucamente classifiquem esse gostar insano como amor. Classificam e banalizam o gostar, o amar, o apaixonar, o estar junto... Deturpam a realidade para seu bel prazer, portam-se como animais e jogam a culpa em qualquer um. São tão doentes que não enxergam um palmo além do seu nariz arrebitado. Pensam que podem sair por aí atacando e ferindo as pessoas, verbal e fisicamente...e que por serem mal amados tudo ficará impune. Mas não é bem assim, eles esquecem que todo mal que jogamos nas pessoas...vai e volta.
Tornam o amor algo tão insano e doentio que os que nunca amaram (ou foram amados) têm até medo do que possa vir... Mas não temam. Amem de peito aberto, não remoam o passado, aproveite todos os momentos, afague, beije...e quando acabar sofram coscientemente.

2 comentários:

fatimapombophotos disse...

Muito consciente tudo isso que voce escreveu. Tudo isso eh pura verdade,
fica facil culpar o outro por nossas incapacidades, fraquezas , frustações e baixo-estima. fica facil culpar o pai a mãe os avos, ate D us.O dificil é mergulhar dentro de si e encontrar um poço de pura sujeira.E não se aflinja que isso seja algo so deste tempo. o que acontece hoje eh que as noticias chegam mais rapido ao encontro onde quer que nos estejamos.O que precisamos a todo tempo e´criarmos campos de força para que possamos atravessar a vida com a cebeça erguida e o coração leve.

Anônimo disse...

É isso mesmo, minha cara,temos o tempo de amar e o direito de sofrer caso darmos ( este verbo...) com os burros n'água. Tem gente que não entende que silêncio, solidão e sofrimento podem ser opção para terminar "bem" consigo mesma, o fim de uma relação. Essencial estar consciente, tanto nós quanto os outros. Compreensível nos afastarmos, essencial se afastarem.E vice-versa.

Neide