domingo, 7 de abril de 2013

Sem controle

A dor é tamanha que já ganhou forma física
E geralmente me faz companhia
Quando estou numa fase de euforia
Chego a sentir falta da minha dor
E me sinto na obrigação de voltar a curti-la em meu interior
E quando vejo todo mundo feliz e sorridente ao meu lado
Tenho isso como afronta
Porque dentro de mim mora um sentimento exacerbado
Que eu sufoco com um sorriso falso
Mas do lado de dentro
Reina a ânsia de te ter ao meu lado
E quando você, de fato, está ao meu lado
Ele grita e esperneia:
'É dele que preciso, não o perca de vista'
Só que o sentimento não entende
Que não somos capazes de governar pessoas
E se você quiser partir...
Só me resta lhe dar adeus e esperar ansiosamente seu regresso
E o sentimento me sufoca lentamente
Como se na real eu fosse a incapaz de ter sempre ao meu lado
E não adianta eu explicar ao burro do sentimento
Que é você quem me rejeita e  não está, por mim, apaixonado
E nesse conflito do meu eu apático e meu sentimento mimado
Eu perco o sono
Eu perco a fome
Eu perco o humor e os amigos
E só me resta sofrer enclausurada
Para que o sentimento não controle meu corpo
E me atire aos seus braços.

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